terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

CHOVE. HÁ SILÊNCIO


Sábado passado, 18,  Maceió deu um "até logo" ao calor trazendo a beleza da chuva para nos refrescar.
Nesse tempo, gosto de refletir sobre as coisas que me acontecem observando a água caindo e ouvindo o som correspondente, sentindo aquele frio que dá sono...
Convido todos a fazer o mesmo da próxima vez que nuvens carregadas encobrirem o céu!
Para os calorentos como eu vamos aproveitar esse friozinho tão raro quanto gostoso na nossa cidade;
e para os friorentos, agasalhem-se e juntos vamos aproveitar!

Chove. Há Silêncio

Chove. Há silêncio, porque a mesma chuva
Não faz ruído senão com sossego.
Chove. O céu dorme. Quando a alma é viúva
Do que não sabe, o sentimento é cego.
Chove. Meu ser (quem sou) renego...

Tão calma é a chuva que se solta no ar
(Nem parece de nuvens) que parece
Que não é chuva, mas um sussurrar
Que de si mesmo, ao sussurrar, se esquece.
Chove. Nada apetece...

Não paira vento, não há céu que eu sinta.
Chove longínqua e indistintamente,
Como uma coisa certa que nos minta,
Como um grande desejo que nos mente.
Chove. Nada em mim sente...

Fernando Pessoa, em "Cancioneiro"

À Arte!

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